18 febbraio 2009

AS FLORES E A CARNE

Ela que era vegetariana, queria um molho de mal-me-queres para a jarra da mesa cozinha.
Foi ao talho convicta de que aí encontraria as flores.
O talhante olhou para ela, incrédulo, mas disse-lhe, gentilmente, que não tinha flores.
Sem olhar para ele, ela foi-se embora.
Passados uns dias, achou que uma planta de camomila ficaria bem no seu quintal.
Atravessou de novo toda a cidade e no mesmo talho, pediu a planta que procurava.
O mesmo talhante, tocado pela vergonha alheia, disse-lhe, em modo ainda educado, que que ele só tinha bifes, salsichas e codornizes e que se ela queria flores talvez fosse melhor ir ao florista. Ele só a poderia ajudar no caso de ela querer carne.
Ela não respondeu e saíu.
Dois meses depois, teve a ideia de comprar uma sardinheira para a janela da sala.
Pegou no carro e em hora de ponta levou 2 horas a chegar ao destino. O mesmo talho.
O talhante já sem paciência, nem perdeu tempo a ouvir o seu pedido. Vermelho de raiva, soltou um grito dizendo-lhe que já estava farto de a ver sempre a fazer pedidos absurdos que ele, de forma nenhuma, poderia satisfazer. Proíbiu-a de a entrar no seu talho. De facto, disse-lhe que nunca mais a queria voltar ver.
Agora, ela diz que é vegetariana porque o talhante se recusa a vender-lhe carne que ela nunca quis comprar.r

Nessun commento:

Posta un commento