24 febbraio 2009

O REALITY-SHOW

Raquel diz que quando passa na rua, ouve constantemente elogios e piropos, mais ou menos, simpáticos; Raquel diz que os colegas de trabalho, apesar de serem todos casados, são uns porcos e que se insinuam a ela através de piadas de “intervalo para café”; Raquel diz que o ex-namorado ainda não a conseguiu esquecer e que se contenta a vê-la sair para o trabalho, todos os dias, desde que ela acabou relação de forma explosiva, há 6 meses atrás, porque já não tinha paciência para ele; Raquel diz que a melhor amiga já não lhe liga há 3 semanas porque descobriu que o seu próprio namorado a olhava de uma forma especial e que, por isso, preferia mantê-la à distância, por segurança; Raquel diz que o instrutor de aeróbica, um italiano de 23 anos e de olhos verdes, já não sabe o que mais fazer para chamar a sua atenção e Raquel diz que os seus amigos, invariavelmente, homens, costumavam escrever-lhe mails para a lembrarem do quanto sentem a sua falta.
Raquel, 32 anos, 23:45 de um sábado, igual a todos os outros antes passados, desliga a televisão depois de ver mais uma sessão de Oprah, acaricia cada um dos seus 5 gatos, limpa a mesa dos restos de pizza entregue ao domicílio, abre o sofá-cama e deita-se. Amanhã, tem que se levantar cedo pois vais à casa dos pais, que todos os Domingos, prepararam um lugar a mais na mesa do almoço.

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