15 febbraio 2009

O SMS

Há meses que Paula desconfiava de Luís, seu marido com quem estava casada ía para 5 anos e meio.
Paula, de natureza, considerava-se bastante ciumenta, facto que encarava com alguma vergonha, já que, tal como a sua psicóloga, lhe dizia ‘ninguém tem o direito de ser ciumento com outro ser humano’.
No entanto, não podia deixar de pensar que Luís se comportava de forma estranha de algum tempo àquela parte. Chegava cada vez mais tarde, não respondia aos seus telefonemas à hora de almoço e insitia em manter uma dieta graças à qual já tinha emagrecido 22 kilos nos últimos 3 meses.
Luís nunca se tinha importado com a gordura, mesmo quando, uma vez, tendo adormecido no sofá, rolou, inadvertidamente para cima de Lourdes, a caniche que era a menina dos olhos de Luís, quase asfixiando a cadelinha que foi salva por Paula que chegou a tempo da casa da vizinha.
Que mulher? Que mulher teria encantado o seu marido Luís ao ponto de este já nem sequer se lhe insinuar , nas noites de domingo, na cama, quando o Benfica ganhava ao Sporting de Braga.
Que mulher? Que encantos? Que segredo Luís lhe escondia? Seria Joana, a nova estagiária que Luís tinha mencionado naquela terça-feira, 2 meses e meio atrás? Seria uma das donas das mercearias a quem Luís fornece congelados? Seria aquela vizinha bielorussa que encontram no café, quando lá vao sábado à tarde?
Paula analisa o telemóvelde Luís pela enésima vez e encontra um sms que tudo revela: MEU AMOR, DEIXÁSTE O TUTU FUSCHIA NA CASA DE BANHO. SE NAO FOSSE O TEU FERNADO O QUE SERIA DE TI?
Paula podia enfim descansar. Não era uma mulher que lhe tinha roubado o seu Luís. Era Fernando, o dono da loja de informática onde Luís insistia em levar o seu laptop devido a um vírus que teimava em não desaparecer.
Hoje, vivem os três felizes no T2 em Odivelas que Luís herdou da mãe e que é muito mais amplo que o T0 no qual viviam no Cacém.

Nessun commento:

Posta un commento