24 febbraio 2009

A PRAIA

O sol esconde-se por de trás do mar tingindo de laranja e rosa e a areia branca só reflete, agora, a luz da lua naquela praia longínqua.
Aquela mulher lindíssima, de olhos da cor do cabelo azeviche, conhecida poucos minutos antes no bar, passa-lhe os dedos pelo cabelo e confessa-lhe, ao ouvido, desejos que nunca poderiam ser ditos em voz alta.Levanta-se e começa a despir a pouca roupa que lhe cobre o corpo voluptuoso. Começa pelo vestidinho azul que deixa transparecer o biquini vermelho reduzidíssimo. Ele pede-lhe para continuar e ela, obedientemente, continua até estar completamente nua ante os seus olhos. Depois de um curto silêncio, ela espera a sua iniciativa, o toque das suas mãos e dos seus lábios.
Ele, já não resistindo mais, abraça-a e caem na areia, agora escurecida, onde consumam o acto mais selvagem e fogoso, quiçá, de sempre. E assim permancem, por horas, até ao nascer do sol, num frenesim indescrítivel.
Ouve passos no corredor, muda a página e finge que lê uma folha com texto minúsculo e corrido. Sente-se corar mas já é demasiado tarde.
“Querido, ainda estás a trabalhar, a esta hora? Acordei e não te senti...”- diz-lhe, na penumbra, um vulto feminino, ostentando um pijama largo, azul, de flanela.
“Tinha que acabar a introdução do projecto. Mas já vou.”
“Não faças barulho para não acordares os miúdos.”
“Sim, querida.”
Beija a mulher na testa, desliga o computador e encaminha-se para o quarto.

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